domingo, 28 de setembro de 2008

Saudades do Dr. Alfredo

Não fui uma criança agitada, pelo contrário, mamãe costumava dizer que eu era muito "boazinha", e danados eram os meus irmãos.
Eles certamente não concordavam com isso, porque o quê nossa mãe chamava de "boazinha", eles classificavam como "filhinha da mamãe" e "entreguista", para não dizer "dedo duro". Bastava que ela me questionasse sobre qualquer assunto, inclusive a autoria de certos milagres, para que eu, sem pestanejar entregasse o santo.
Juro que era sem maldade, mas meus irmãos nunca acreditaram nisso.
No entanto, o fato de ser assim, comportada, não me livrou de alguns poucos acidentes infantis.
O primeiro, aos dois anos de idade, brincando de "pula pula" na cama de meus pais, tentei alçar voo e alcançar, com um abraço, minha mãe que passava pela beira da cama. Ganhei três pontos na testa, entre meus olhos, marca que tenho até hoje
O segundo, aos seis anos, estava em um balanço, em nosso quintal, e ouvia meus pais conversando na cozinha, quando num "vem" do vai e vem do balanço, senti um ardor no pé esquerdo. Ganhei seis pontos, e meus pais um grande susto.
São os acidentes que me lembro, no mais, apenas algumas poucas dores de garganta e a catapora, já aos dez anos.
Esses acontecimentos, sempre acompanhados de perto por meus pais, contou com a presença de outra pessoa, o Dr. Alfredo, nosso médico familiar.
Claro que ele era muito mais requisitado pelos meus irmãos, mas acompanhou, medicou e costurou todos os meus incidentes médicos.
Talvez seja por isso que agora, enfrentando esse inusitado momento, cheio de dores, médicos, exames, dúvidas e incertezas, eu tenha me lembrado dele.
Não há mais médicos assim. Todos são especialistas em alguma parte do corpo humano. Um cuida só do estômago, outro dos rins, outro do coração, dos ossos, da cabeça, ou seja, se o "mal" se estender a mais de um órgão, necessária uma junta médica para resolver o problema.
Com certeza o Dr. Alfredo era um sábio, garanto que ele já teria sanado todas as minhas dúvidas e incertezas, além das dores, me deixando tranquila para enfrentar o que esta por vir.

Saudades do tempo do Dr. Alfredo, saudades imensa de meus pais!

sábado, 27 de setembro de 2008

Bolachas - Revista e Corrigida



Tenho me deparado com pessoas, que, por mais que eu tente, não consigo entender. Atitudes e falas que se contradizem, e as danadas não tem manual de instrução, ou se tem, tá em javanês.

Fico me perguntando por que, nessa altura da vida, ainda usamos metáforas, parábolas, mensagens subliminares, indiretas, ao invés de dizer claramente o que queremos ou pensamos!

Isso é um saco! Brincar de faz de conta tem um certo charme, mas como todo excesso, cansa.

Prefiro, sempre, a clareza do dia ou a escuridão da noite, ao lusco-fusco....

A coisa acontece mais ou menos assim: depois de muita canseira, vc conhece "aquela" pessoa, interessante, inteligente, bem humorada, tudo de bom.....

E vc que estava de regime de abstinência, sublimação, dieta rigorosa desde a última extravagância que lhe rendeu uns quilos a mais, por conta daquele chocolate que vc ingeriu para curar a sua deprê/carência/frustação, decide:DANE-SE A DIETA!!

Está mais que convencida que é a melhor decisão da sua vida, esquecer a dieta e "entrar de cabeça" nessa nova e maravilhosa experiência!

Começa então a fase que chamo de "dança do acasalamento" ou " de sedução", ou " de conhecimento", que é demorada, exige paciência, tolerância, sagacidade, e muito, mas muito bom humor, mesmo!

Mas é boa, hein??? Cansativa, mas deliciosa!

Até que, após esse exaustivo período, assim, quase que sem aviso prévio ( vc jura, ??rs), aquela luz vermelha, (sabe, aquela que a gente tem, mas vive ignorando??? É, essa mesmo!) ela não só acende como passa a girar e emitir o som de uma ambulância em horário de rush, e vc acaba por perceber que está diante de um ser que se considera: A ÚLTIMA BOLACHA (RECHEADA) DO PACOTE!

Ah.....claro que vc já ouviu essa expressão! Mas vou te ajudar.Tenho certeza que vc conhece alguém assim, mas se ainda não conheceu, fique preparada para reconhecer quando ela cruzar a sua vida e, fique certa, isso vai acontecer!

É aquela figura que te convida para um passeio, em dia de sol, em um conversível lindo (tá, pode ser uma Ferrari, tudo bem, é um exemplo, vc pode escolher o modelo que quiser, ok???), abre a porta do carro pra vc, fecha, dá a volta, senta ao volante, te dá aquele olhar 42 e 1/2, liga o carro, engata uma primeira, segunda, terceira .....quarta e.......quando vc acha que vai engatar a quinta......deixar o carro deslizando e pegar a sua mão, o engraçadinho puxa o freio de mão e vc....bom, vc continua o passeio, SOZINHA, claro!

É aquele tipo que adora seduzir, que gosta mais de jogar do que de ganhar. E é bom nisso! É o máximo.!
Vamos combinar que ele conhece todas as manhas, os lances, as jogadas......só que na hora de finalizar.....pior que seleção brasileira disputando final.....ou seja, AMARELA!!!!!

Essa é a hora que começam as divagações, os "não sei", os "não tenho tempo" , "o problema sou eu, não vc", " vc é ótima, mas.." e outras coisinhas q vc sabe tão bem quanto eu. E vc passa a se perguntar onde foi parar a tal bolacha, ops....pessoa tão interessante que estava ali até agorinha pouco??????

Deixa te contar uma coisa.......essa criatura, esse ser, REALMENTE é a última bolacha (recheada) do pacote, sabe por quê??? Putz....mas é tão simples, como vc não percebeu isso antes????

Se é a última....é porque ..... SOBROU!!!!

Claro que sobrou!!! Tem, e teve sempre tantas escolhas, que nunca sabe o que quer, tem crise existencial, carrega o mundo nas costas, por esporte!

Quer saber? Cansei desse tipo!

Por quê???? Oras, primeiro porque não sei há qto tempo a sobra tá lá........se o pacote ficou aberto, se tá murcha, quebrada, alguém já tirou o recheio, sei lá......e por fim:

QUEM DISSE QUE EU GOSTO DE BOLACHA RECHEADA???????

Prefiro uma "água e sal" ou "cream craker", são mais confiáveis.

Além do que, de dieta, esqueceu??????


segunda-feira, 22 de setembro de 2008

"...o único afrodisíaco verdadeiramente infalível é o amor. Nada consegue deter a paixão acesa de duas pessoas apaixonadas. Neste caso não importam os achaques da existência, o furor dos anos, o envelhecimento físico ou a mesquinhez das oportunidades; os amantes dão um jeito de se amarem porque, por definição, esse é o seu destino." Isabel Allende

domingo, 21 de setembro de 2008

Não pise na grama




Tenho um gramado imenso em frente a minha casa.
Em dias de céu limpo, gosto de me esticar sobre ele e ficar horas admirando a imensidão azul.
Nesses momentos de pura satisfação, sou como ele, que ao sabor das estações vai se modificando, do verde intenso ao marrom ressequido da época de estiagem.
No entanto, não importa em que estação do ano estejamos, requer sempre cuidados.
No período chuvoso, a terra fica mais fofa,sensível a qualquer ato, que mais violento pode causar profundos prejuízos. Mas é o período em que esta mais viçoso, mais verde, mais bonito.
Na estiagem, a secura excessiva, se não amainada por eventuais jatos de água fresca, podem retardar, em muito, o retorno do viço verde.É quando mais precisa de cuidados, embora não seja a sua melhor fase.
E assim vamos vivendo, cumprindo o ciclo da vida, da chuva a estiagem.
Porém tenho percebido que o tempo (ah, o imperdoável tempo!), tem alterado algumas condições, que eram naturais, trazendo alterações ao cumprimento do ciclo. Seria o aquecimento global? Talvez.
Por conta disso estamos mais sensíveis, ele e eu. Mais propensos a emoções desmedidas, reações inesperadas, suscetíveis a mudanças de humor maiores que as das estações do ano.

Mas o ciclo há que se cumprir, então, em nossa defesa, mandei colocar um aviso, a quem possa interessar:

Por favor, não pise na grama!!







sábado, 13 de setembro de 2008

É apenas uma tentativa, vamos ver no que vai dar!

Pois então, parece que os próximos dias serão de cama e meditação.
Sendo assim, já que dei a idéia, tomei pra mim tb, vou tentar manter o espaço com minhas impressões sobre a vida, pessoas e sentimentos (não necessariamente nesta mesma ordem).