domingo, 10 de maio de 2009

10 de Maio - Dia das Mães

Era um domingo como o de hj. Dia de sol com esse arzinho frio de outono, céu azul de doer os olhos, mas eu só perceberia isso algumas horas mais tarde.
Morávamos ainda em Americana, e meus pais, já há muito, aqui na Chácara.
Acordamos cedo e fomos a Igreja, eu, Ronaldo e as meninas.
Lembro muito bem do encerramento da Escola Dominical: hinos, poesias e homenagem às mães. E que fiquei observando, com uma certa inveja, a esposa e a filha do pastor Joás, trocando abraços e beijos, e pensei que em poucas horas eu estaria fazendo o mesmo com minha mãe.
Sempre fomos muito ligadas, eu e ela. No período em que eu fazia faculdade, papai já era pastor na igreja de Americana, e eu morava com minha avó em Campinas. Quando chegava o final de semana, vinha para a casa deles, e a primeira coisa a fazer era ir para meu quarto, com a mamãe, e contar TUDO que havia acontecido durante aqueles longos cinco dias. Na manhã de sábado, íamos às compras. Papai ficava meio bravo com isso, mas acho mesmo que era um tanto de ciúmes por essa intimidade toda.
Naquele domingo terminada a ED, passamos em casa para trocar de roupa, para depois virmos para o almoço dominical, que nesse dia, também era "das Mães". Aproveitei para dar uma geral na cozinha, e nesse momento, não sei de onde, me veio uma tristeza e comecei a chorar, assim, do nada, sem nenhuma explicação.
Chegamos na chácara por volta do meio dia. Vazia. Meus pais, minha irmã e sobrinhos não haviam chegado ainda da igreja. Nessa época papai era pastor em Cosmópolis.
Como eu tinha chave da casa, entrei já ouvindo o telefone, que corri para atender.
A partir daquele momento, nossas vidas, minha, de minhas filhas, de meus irmãos e sobrinhos, mudou radicalmente.
Tenho lembrança de cada detalhe. De cada telefonema que tive que dar. De quantos abraços recebi. De quantas explicações dei.
A primeira pergunta era sempre a mesma: Os dois?? E a mesma resposta: É, os dois!
Depois de todas as providências tomadas, fui para o pomar. De lá fiquei olhando a casa cheia, como em dia de festa, como meus pais gostavam. Só não havia o som de risadas e músicas.
Apanhei uma laranja e, conforme ia comendo os gomos, para tentar amenizar o "bolo" que se formara em meu estômago, tive a certeza de que aquele momento, aquele lugar, aquela cena, jamais sairiam de minha memória.
Hoje, passados dezessete anos, o domingo é lindo, de sol e céu azul...e é dia da Mães.
Sem dúvida a dor é bem menor, mas a saudade, essa é imensa.
E eu sei que sempre que comemorar essa data, a cena no pomar, a lembrança daquele dia voltará, viva, como se o tempo não tivesse passado.
Mas não há mais tristeza, há só saudades e gratidão, o legado que me deixaram, a força, os princípios esses foram fundamentais para formar a pessoa que sou, e que tento hoje, passar para minhas filhas.
E há alegria,porque é DIA DAS MÃES, e tenho duas pessoas lindas a me lembrar disso, com beijos, abraços, como os que já dei.
"Herança do Senhor, são os Filhos"




Patty ainda bebê


e


Thatinha


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