quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Oi, Linda! ou O quê é um nome?



Sabe aquela cena de Romeu e Julieta, quando ela, já apaixonada (tolinha..rs) e após descobrir que o objeto de seu amor, é inimigo fidagal de sua família, questiona a importância ou não de um nome, já que ambos estão apaixonados, tipo assim:

"Oh, Romeu Romeu.. Pq tinha de ser Romeu?
Renega teu pai, rejeita teu nome.
Ou então, Jura que me tens amor,
e deixarei de ser uma Capuleto..."


Pois hoje eu tô pra dizer que acho importante, é muito, um nome!
Claro que não estou aqui me referindo a sobrenomes quatrocentões, aqueles que se vangloriam de ter cinco ou seis sobrenomes, comprovando a descendência de famílias importantes.
Quero falar dos nomes que damos às pessoas que fazem parte de nossas vidas.
Por exemplo, não há uma explicação lógica para o fato de a minha filha Patricia chamar sua amiga Ana Paula, que se conhecem a bem uns 13 anos, de ZÉ. É isso mesmo, chamam-se, uma a outra de Zé, e o que era uma brincadeira, acabou pegando. Outro dia no meio de uma festa, a Ana de longe, chamou a Patty: ô Zé!!! Claro, a Patty atendeu, e ninguém mais entendeu!!
Mas esse não é o único nome que ela e suas amigas se reconhecem, tem também: Kabeça, Zóio, Tupicio e Fórfinho (essa eu amo de paixão). São todas essas aí da foto!
Claro, é uma brincadeira entre elas. Mas também é uma forma especial que escolheram de se reconhecer.
Acho uma graça, me divirto com elas, e fico também admirada, porque são amigas há muitos anos, estudaram juntas, mas hoje são profissionais formadas em áreas diferentes, e continuam amigas e seus "nomes" permanecem.
E são nomes especiais, mais que os escolhidos pelos seus pais, foram escolhidos por amigas, por razões diversas, mas carinhosas, que acabaram por marcar suas vidas.
É por isso que não entendo, e fico muito brava (nem todos meus genes ruins foram destruídos pela quimio!), é quando alguém chama a mim de: linda!
Bom, primeiro que não sou, segundo que estabelecem esse "linda" como nome padrão, nivelam e igualam a TODAS as mulheres. Como se não fossemos seres únicos e especiais.
Ou talvez por conhecerem tantas, seja uma maneira fácil de não errar o nome na hora de chamar por uma delas.
Entendo que sejam pessoas superficiais, distraidas, que não conseguem estabelecer com outra pessoa ligações sinceras, que resultem em cumplicidade, afinidade e amizade.
Só é pior quando nos chamam de "Ô tia, vai levar o tomate??" ou então aquela secretaria, mais para "secretina": "Vc pode aguardar na linha, querida?" e tantos outros nomes que rolam por aí sem o menor significado.
Portanto, discordando (guardada as devidas proporções) da querida Julieta x Romeu, um nome é importante SIM.
Meus amigos, na sua maioria, têm nomes especiais que lhes dei. Todos sempre por uma razão especial, porque são especiais, cada um com sua própria característica.Tem a Ly, a Esther Maria, a Lalá, o Coração, o Bebê, o Bé, o Rabuja.....
E eu também recebi nomes especiais dados por eles, para uns eu sou Tâ, Tan, Nanica, Peste, Tan tan, Taninha, até de Boba - Lerda - Zureta, mas sempre com muito carinho!!!!

Ah, Julieta.....se vc num tivesse cometido o desatino de tomar aquela poção que te deram, além de ter ficado viva e curtido seu amor, dava vc a ele, o nome especial que quisesse, mesmo que fosse Romeu.

What's in a name? that which we call a rose,
By any other name would smell as sweet.
William Shakespeare

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